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ame arquitetura | April 23, 2024

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A exposição da Yayoi Kusama “Obsessão Infinita no CCBB RJ: a arte de transtorno ou transtorno de arte?

A exposição da Yayoi Kusama “Obsessão Infinita no CCBB RJ: a arte de transtorno ou transtorno de arte?
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Se tem alguma exposição imperdivel no Brasil agora é a exposição da Yayoi Kusama: Obsessão Infinita no CCBB RJ ( 12 Outubro até 20 de Janeiro).

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Com curadoria do Philip Larratt–Smith e Frances Morris o CCBB traz uma das mais importantes artistas japonesas em atuação na exposição que reúne 110 obras, realizadas entre 1949 e 2012, incluindo pinturas, trabalhos sobre papel, esculturas, vídeos e instalações.

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Descrever a arte da Yayoi e a propria artista não é uma tarefa fácil, de tão complexo e amplo o assunto. Considerada um dos maiores nomes da arte contemporânea e também um ícone da moda, ela vive há mais de 30 anos, por iniciativa própria, numa instituição psiquiátrica em Tóquio. Em 2008 Christies de Nova Iorque foi vendida uma obra  dela por US $ 5,1 milhões, um recorde para uma artista plástica, mulher, e ainda viva!
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A Princesa das Bolinhas, como é conhecida, ao longo de sua carreira trabalhou em uma ampla variedade de meios, incluindo pintura, colagem, escultura, arte performática e instalações ambientais, roupas, vídeos e até para corpos nus as formas e cores psicodélicas que enxerga em suas alucinações; sobretudo  bolinhas. Kusama sofre de transtorno obsessivo compulsivo e alucinações desde a infância.
Nascida em Matsumoto, Nagano em uma família de classe média-alta de comerciantes Kusama começou a criar arte ainda jovem , passando a estudar pintura Nihonga em Kyoto em 1948. Desde cedo, os transtornos mentais da menina se traduziram em arte e na criação de uma identidade visual bem peculiar — uma de suas marcas registradas até hoje. Sua mãe chegava a destruir seus desenhos, mas foram eles que a fizeram escapar do suicídio.
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Ela encarna o mito do poeta doente; da ideia de que o artista faz o seu trabalho a partir do sofrimento e do trauma. A linha entre sua vida e sua arte é muito fluida e, algumas vezes, desaparece totalmente. A arte ajudou a Kusama a canalizar suas ideias e manter-se viva. Já no fim dos anos 1950, ela começou a trabalhar em uma de suas mais celebradas séries, “Infinity net”.
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Por causa da guerra, tive que passar a juventude na escuridão de um Japão militarista.  Por isso em 1957 ela se mudou para os Estados Unidos , estabelecendo-se em Nova York, onde ela produziu uma série de pinturas influenciadas pelo movimento  de expressionismo abstrato . Mudando para escultura e instalação e perfumasses, Kusama se tornou uma figura de vanguarda de Nova York, tendo suas obras expostas ao lado de nomes como Andy Warhol, Claes Oldenburg e George Segal durante o início dos anos 1960, se associado com a pop movimento de arte. Abraçando o surgimento da contracultura hippie do final dos anos 1960, Kusama veio à atenção do público quando ela organizou uma série de acontecimentos em que os participantes nus foram pintadas com suas indefectíveis bolinhas.
Yayoi Kusama
Kusama viveu nos EUA de 1957 a 1973, período em que produziu o trabalho pelo qual é mais conhecida . O público japonês viu pouco ou quase nada disso. E, quando ela voltou ao seu país, decidiu viver numa instituição psiquiátrica. O Japão era, e de certa forma ainda é, um país profundamente patriarcal, em que as mulheres não têm as mesmas liberdades que os homens. É também uma cultura conformista, e o trabalho iconoclasta de Kusama e sua personalidade singular (sem mencionar o fato de que ela discute publicamente sua doença mental) fizeram com que ela não fosse muito compreendida até recentemente. Ela continuou a produzir obras de arte em uma se lançou na carreira literária com a publicação de vários romances, uma coleção de poesia e uma autobiografia.
O trabalho de Kusama é baseado na arte conceitual e mostra alguns atributos do feminismo , minimalismo, surrealismo, Art Brut , pop art e expressionismo abstrato, com conteúdo autobiográfico, psicológico e sexual.
Ainda assim, foi somente há dois anos que o trabalho dela ganhou suas primeiras grandes exposições internacionais: em 2011, no Reina Sofía, em Madri, e no Centro Pompidou, em Paris; e, no ano passado, na Tate Modern, em Londres, e no Whitney Museum, em Nova York. Sem falar na sua produção de estampas para a grife Louis Vuitton.
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Hoje, ela vive o auge de sua fama internacional, figurando como a terceira artista mulher que mais ganhou dinheiro com seu trabalho (atrás apenas das americanas Joan Mitchell e Mary Cassatt): ao longo da vida, já faturou cerca de US$ 127,7 milhões. E, embora Kusama fosse pouco conhecida na Argentina, sua recente exposição no Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires (Malba) comprovou a força de sua arte: durante dois meses e meio, e em pleno inverno, os portenhos fizeram fila ao redor do museu para prestigiar a mostra, que acabou batendo recorde de público.
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 “Obsessão infinita” apresenta cerca de cem obras, produzidas de 1949 a 2012, incluindo pinturas, trabalhos em papel, esculturas, vídeos, apresentações em slides e, sobretudo, instalações.
Entre os maiores destaques está um de seus trabalhos seminais, o “Campo de falos” — um jardim de falos decorados com bolas vermelhas e brancas numa sala espelhada. Outro destaque é a instalação “Cheia de brilho da vida”, em que as bolinhas aparecem na forma de lâmpadas que se acendem e apagam em cores diferentes. E o público também é chamado a participar da obsessão da artista. Logo na entrada, cada visitante receberá uma cartela de adesivos, todos de bolas coloridas, para decorar outra instalação, a “Sala da obliteração”, originalmente toda em branco.
Ao fim da exposição, 36 telas gigantescas pintadas entre 2012 e 2013 mostram que a artista continua trabalhando com afinco em seu ateliê, dentro da instituição psiquiátrica em que vive.
— Hoje, muitas pessoas generosamente reverenciam minha arte e são tocadas pela minha maneira de viver. Fico feliz que a sociedade tenha evoluído tanto — diz ela.
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Desvendar a relação entre loucura e arte desafia cientistas há décadas. Não é preciso ser um grande especialista para notar o número excessivamente alto de artistas das mais diversas áreas que sofrem de algum distúrbio mental. No início do século passado, a psiquiatra Nise da Silveira (1905-1999) já tinha percebido empiricamente o quanto o trabalho artístico servia como tratamento para seus “clientes” (como ela preferia chamar os pacientes), numa época em que remédios para tais transtornos eram praticamente inexistentes. Mas é preciso cuidado: uma condição não necessariamente deriva da outra. Nem todo “louco” é criativo ou todo criativo é “louco”.
Não é caso da Yaoyi Kusama, o que podemos ver com os próprios olhos na exposição da Yayoi Kusama: Obsessão Infinita no CCBB RJ.
Não percam!!! Somente até 20 de Janeiro!!!
Por Elena Korpusenko

Comments

  1. I’ve always loved saloir dresses too. I had one when I was little and loved it all the more because I had pointy shiny white shoes that clicked when I walked to wear with it. I think I got the shoes and dress for Easter. How timely.

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